domingo, 29 de agosto de 2010

Ninguém realmente ganha

Não existe na minha vida, um momento bonito de verdade no qual eu tenha saído totalmente vitoriosa.
A maior parte do meu tempo eu passei competindo e ganhando, sempre ganhando.
Mas é aí que tá o problema; ninguém nunca soube reconhecer minhas vitórias, nunca souberam me parabenizar.
A atenção era sempre voltada para o perdedor, e posso afirmar que ainda hoje é assim. O perdedor está sempre lá para exibir sua derrota e ganhar toda a atenção que era para ser minha.
E posso afirmar também, que já me acostumei com isso tudo. Porque eu sei, que quando estiver competindo sozinha, a vitória vai ser minha e só minha.

Eu não teria medo de competir sozinha.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Não existem motivos e sentidos

Tem sempre aquele momento que você para pra pensar o porquê de estar vivendo.
Vivendo com todos os seus ógãos sem funcionar.
Sem nenhum motivo pra viver.
Mas a eterna e torturante busca de um motivo continua.

E as pessoas ? Elas precisam fazer algum sentido ?
Se precisam eu não sei, mas eu não faço, não faço nenhum sentido. E não faz sentido viver assim. Mas ainda não é o fim, e está muito longe de ser.
Mas e aí quando não se tem o que fazer ou por onde correr ?
O jeito é mesmo esperar. Esperar algum novo movimento.
Um novo momento.

Rodei, rodei e não disse nada como sempre.
Na verdade só queria dizer que essa pessoa que vocês veem por aí, é apenas um fantasma. Uma alma penada, que não sente nada há tempos. Seus ógãos estão desativados, e principalmente, o principal; o coração... esse já parou de bombear sangue faz muito mais tempo do que se pode imaginar.

Uma capa, uma máscara e um milhão de sorrisos falsos.
Aliás, nunca foram distribuídos tantos sorrisos falsos como agora.
Só um detalhe é real e ainda importa, os olhares.








quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Olhos, os nossos olhos

Um par de olhos escuros e sem beleza alguma. Esses olhos nunca disseram nada à ninguém, nunca souberam se expressar. E hoje, esses mesmos olhos permanecem calados, mas com uma vontade imensa de gritar, aliviar o peso que os derruba.
E eles esperam ansiosamente algum outro par de olhos para se chocarem e até mesmo piscarem juntos, e verem as mesmas formas e cores, do mesmo jeito. Juntos.

Talvez esse par de olhos escuros e sem beleza, seja o menos atraente dos olhos à sua volta, mas eles ainda esperam com paciência e força e talvez eles já tenham até escolhido o outro par de olhos para se chocarem, mas os escolhidos não os escolheram.

Eles choram, abrem, fecham, quase se fecham, se desviam, focam ... sozinhos. E mais do que tudo; imploram por brilho, beleza e socorro.
Capazes de perceber e decorar até mesmo os menores movimentos.

Quase mortos, os olhos escuros.